quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Bom Dia

O dia de hoje amanheceu nublado e mais fresco do que ontem. Os passarinhos não cantavam no pinheiro porque nao tinha mais pinheiro. O seu Antônio podou o pinheiro todo, porque eu pedi na
última reunião de condominio. amem

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

meu brochinho

Quando eu era menina, aquela que morava na rua Mourato Coelho, andando na calçada com minha amiga Ruth, olhando de repente para o chão, pareceu-me ver um lindo brochinho. E era. Eram duas
florzinhas, com o miolo de uma pedra azul e as pétalas com pedras que pareciam diamantes. A

domingo, 8 de janeiro de 2012

Anúncio de Jornal

Sr. Corretor de Imóveis: sabe o que é, é que eu quero me mudar daqui, sabe. O lugar até é bom - aqui é a Vila Madalena - e eu acho que consigo um preço bom por este pequeno apartamento. Ele é bem localizado, é bem perto do Metrô - da Estação Vila Madalena do Metrô - a última estação da linha verde, e sabe como é, morar perto do metrô é morr perto quase que de São Paulo inteira, né? O bairro é bem conceituado, agora é o bairro da moda, o sr. sabe. Bom, mas aí o sr. pode perguntar: mas porque a sra. quer mudar então? É porque, bem, por várias razões. O condomínio aqui é muito alto, apesar de ser um prédio simples. Não tem nada aqui. Nada de piscina,salão de jogos, sauna, sei lá mais o quê, nada. Então, uma razão é essa. Quase 700 reais de condomínio, num prédio bobo. E eu gosto mais é de morar em casa, nunca gostei de apartamento. A única coisa boa é que é mais seguro, e como eu moro sozinha... Mas é que euqueria, veja só o sr.,uma casa muito, mas muito especial mesmo, que eu nem sei se existe uma casa assim do jeito que eu quero, mas pode ser, talvez que o sr. conheça... então, achei melhor explicar neste anúncio,para ver, quem sabe tem alguma assim. Eu queria uma casa, mais prá pequena,  assim uma sala,uma cozinhaboa e grande,um lavabo, em cima ( ou embaixo mesmo,pode ser sobrado ou térrea), uns 2 ou 3 quartos, um banheiro, e pronto. E atrás, ah, isto é o mais importante, um quintal do jeito que eu vi um uma vez, de cimento, mas com terra dos lados, no meio, um lugar coberto prá estender a roupa nos dias de chuva. Bem, um jardim pra plantar umas roseiras, um jasmim-do-cabo, uns girassóis. Um jardim batido de sol,cheio dessas plantas que chamamos de mágicas, guiné, arruda, comigo - ninguém - pode, hortelã..., um banco de madeira. E é claro,tinha de ser a modo de poder ter ali ao menos um cachorro. Ou um gato.Ou os dois. Imagino-me sentada ali no banco, tomando sol, com o gato no colo e o cachorro ao lado! Hum! E uma rosa branca a desabrochar! Depois,eu queria grades nas janelas, claro. Mas, ao mesmo tempo eu queria que fosse uma rua bem tranquila, onde não houvesse jamais nenhum tipo de violência. Onde não tivesse ladrões. Nunca. E que os vizinhos fossem todos solícitos e maravilhosos. Todos muito meus amigos, muito simpáticos e gentis. Que eu encontrasse neles todo o calor humano, a amizade sincera e o carinho com os quais eu sempre sonhei a vida toda e nunca tive. Que fossem uma espécie de família. Que pudéssemos, nas noites de verão,colocar nossas cadeiras na calçada e conversar animadamente, que alguém pegasse um violão e outro alguém cantasse... Mas que não houvesse nenhm assalto. Nunca. Que fossem todos vizinhos muito bons. Que gostassem muito de mim e eu deles, claro. Que formássemos uma espécie de família. Que eu fosse muito feliz ali e meus sentimentos de solidão e abandono fossem embora prá sempre e não voltassem mais. Que eu nunca mais tivesse motivos pra chorar, morando ali.      Pois é, sr. corretor de imóveis,agora eu lhe pergunto: por acaso, por um acaso, o sr. conhece um lugar assim?

Miguelito

Quando o Miguel vem aqui, quando ele chega, é como se a minha avó Julieta e todos os seus parentes,
ses irmãos, suas irmãs, e os respectivos cônjuges, `chegassem todos aqui para me ver, me visitar, conversar comigo. Minha avó, miha Tia Mafalda,que eu chamava de tia fadinha, a Tia Paulina, todos os
filhos dela ( que eram e são gente tão bacaninha), enfim, todos, vindos do Além, claro, chegassem aqui em casa, rindo, falando com sotaque "do Brás", brincando e me fazendo festas. Eu acho que é mais ou menos, porque quando eu conheci o Miguel, ele me fez muito lembrar de minha querida avó, talvez porque ele tenha vivido no mesmo quase que exato contexto sócio- cultural antropo-psicológico. Deu pra entender? O mesmo jeito de falar ( errado, muitas vezes, mas era porisso mesmo), a quase que mesma mímica facial, os mesmos valores... Que engraçado! Talvez por isso eu tenha sentido uma ternura mto grande por ele, quando o conheci. Ele, assim como minh avó, eram descendentes diretos de europeus pobres, ela de italianos, ele de espanhóis. Isso tudo, agora, me faz perceber que eles viveram meio que em tempos iguais, não sei se entendem. Em contextos iguais, melhor dizendo, porque os tempos não foram os mesmos, claro. Minha avó, se estivesse viva, faria neste ano 113 anos. Difícil alguém viver até essa idade, claro. Bom, mas para mim, é como se toda a família dela e ela também, estivessem aqui, então todo aquele calor humano, toda aquela alegria, todo aquele aconchego que eles me transmitiam quando eu era criança, voltam, como por encanto! Quase volto a ser aquela menina triste do Brás.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O nome de minha gatinha

Eu tenho agora uma nova companhia: uma linda gata branca com algumas manchinhas pretas. Ela tem só seis meses. Eu havia dado a ela, no começo, o nome de Grise - isto porque a secretária do veterinário precisava fazer uma ficha. Então, lembrei-me de um artigo sobre gatos, onde havia uma gata chamada Gris ( que quer dizer cinza em francês). Mas depois eu comecei a achar que não era um bom nome, porque ele não era cinza e eu não tinha certeza que o feminino de gris era grise. E eu só a chamava de "Michim" que era assim que minha mãe chamava nossos gatos  Michaninha, Chaninha, Missanin. Achei então que seria melhor outro nome. Então, escolhi Mysha, que aliás é o apelido do bailarino russo Mikhayl Barishnicov. Comprei uma coleirinha com uns guisos e um coraçãozinho de metal, onde mandei gravar  Mysha e coloquei nela. Ficou tão bonitinho! Ela é uma gracinha, mas como é muito pequena ainda, só quer fazer folia o tempo todo. Brinca com tudo que aparece na frente. O mundo, pra ela é um circo.
Bom, né? Como seria bom se todo mundo achasse que o mundo é um circo!